terça-feira, 7 de setembro de 2010

Deslocamentos.

Um deslocamento estranho que me faz questionar como construí meu lugar, modo de ser e estar. O que é que nos torna tão distantes da África? Por que sabemos tão pouco, quase nada? Por que meus alunos nunca ouviram falar de Cabo Verde ou de São Tomé e Príncipe? Como é que o ignorar tudo isso faz parte de nossa constituição e o que significa ser algo às custas do esquecimento do outro?

Escola Esperança




Esses meninos fazem parte de um projeto em Cabo Verde que envolve inclusão social através do esporte. Na ocasião, os alunos visitavam a praia da Laginha, em Mindelo. Os alunos que passaram de ano receberam como prêmio uma visita à praia. O curioso foi que, antes de entrar na água ou fazer qualquer outra coisa, os miúdos se preocuparam em gravar o nome da escola na areia. O professor disse-me que a atividade esportiva está diretamente ligada à atividade escolar, sendo que a premanência no time depende diretamente do desempenho na escola.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cachupa!


Nossa que delícia! Cachupa é um prato típico e pode variar de ilha pra ilha, mas a base são três tipos de feijão: pedra, manteiga e congo (ervilha ). Vai também milho de canjica. Todos os grãos são cozidos no ponto e são bem macios. O destaque fica por conta da canjica que desmancha facilmente na boca e tem um sabor que neutraliza o peso dos demais ingredientes, que são um ovo frito, duas ou mais rodelas de linguiça e um pedaço de peixe. Tudo frito. É um prato pesado porém muito energético, em dia de sol como o de hoje dá trabalho terminar a refeição. Falta a pimenta. Parece que condimento não é o forte do lugar, mas isso em nada interfere na riqueza de sabores. Aliás, a comida daqui me fez pensar no modo como venho abusando dos condimentos, muitas vezes sem necessidade.
Enfim, cachupa é uma maravilha!

Cenas do Mindelo.





Comida é...

Cachupa - guizado de congo - massa de milho com galinha da terra.

Arroz com frutas e camarão.

O arroz é bem seco e leve, macio. É misturado com cenoura e camarão em boa quantidade, sem casca e tamanho médio. As frutas são arranjadas em cima do arroz: cinco fatias de papaya e e oito rodelas de banana. O papaya encorpora o sabor dos temperos e do camarão, tem textura macia e cremosa, desmancha na boca. O prato é bordejado por alface picada que deve ser comida por primeiro pois o calor do prato as faz murchar. A combinação de sabores dispensa o uso de condimentos. Além de ser um prato leve, a combinação papaya/alface ajuda na digestão. O contraponto fica por conta da banana, doce e pesada ( no meu caso a banana da uma sensação de peso no estômago, chega a me encomodar. ) Suco natural para acompanhar, frutas tropicais.

A chegada em Praia - capital de Cabo Verde

Na chegada a Praia, às 7:30 da manhã, me dou conta de que atravessei o oceano. Olha para o lado, pessoas de várias nacionalidades, africanos de várias partes do continente. A chuva ameaça. Tenho que pensar em três moedas: escudos, euro e real para poder me situar. Não sei muito bem o que fazer. Pergunto no balcão de informações sobre o câmbio. abre às 8:00hs. Espero. Uma ou outra pessoa me olha, o que é bom.

Não consigo tomar uma decisão. Não posso ficar aqui. Tenho que pisar na terra. Vou em direção ao táxi. Quem me atende é Zé Maria. Peço para que me leve até o centro da cidade e me deixe lá. Ele começa a barganha. Por 50 euros fica comigo todo o dia e me leva de volta ao aeroporto em tempo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Bandeira

http://www.governo.cv/

A Bandeira Nacional é constituída por cinco rectângulos dispostos no sentido do comprimento e sobrepostos.

  • Os rectângulos superior e inferior são de cor azul, ocupando o superior uma superfície igual a metade da bandeira e o inferior um quarto.

  • Separando os dois rectângulos azuis, existem três faixas, cada uma com a superfície igual a um duodécimo da área da Bandeira.

  • As faixas adjacentes aos rectângulos azuis são de cor branca e a que fica entre estas é de cor vermelha.

  • Sobre os cinco rectângulos, dez estrelas amarelas de cinco pontas, com o vértice superior na posição dos noventa graus, definem um círculo cujo centro se situa na intersecção da mediana do segundo quarto vertical a contar da esquerda com a mediana do segundo quarto horizontal a contar do bordo inferior. A estrela mais próxima deste bordo está inscrita numa circunferência invisível cujo centro fica sobre a mediana da faixa azul inferior.

Lugares - Cidade Velha - Praia.




Este é o pelourinho, onde os escravos eram castigados. No topo, a cruz dos cristãos.

Fortaleza da Cidade Velha

Entrada na parte posterior.
Matemática no fronte queridão!


Bala na agulha - física na cabeça!
Canhões e a guarita
Vista da parte posterior. Aqueles buracos na parte superior era onde se introduziam as armas.

Essa é a cisterna. A água da chuva era canalizada e corria para dentro desse imenso reservatório. É possível ver as marcas da água na parede.


Esta é a fortaleza da cidade velha. Foi por aqui que os portugueses entraram em Cabo Verde. Construíram essa fortaleza no lugar mais alto da ilha em 1538. Foi depois tomada por piratas e destruída.

Pessoas

No mercado em Praia - Ilha de Santiago
Este é o guia da Fortaleza da Cidade Velha. Gonçalves
A menininha chama-se Tiandra e o nome da mãe dela não consigo falar!
Essa foi a primeira foto que eu tirei, assim que desembarquei. A mulher provavelmente é do Senegal.


Uma coisa que descobri logo no primeiro dia: eu gosto de encontrar pessoas.

Zé Maria seu João e sua filha, cujo nome difícil não me lembro

A foto de abertura registra uma parte do que senti quando cheguei a essa casa e me deparei com essa cena: perdi a voz, não conseguia falar nada, nem pensar. Apenas olhei, senti a imagem. Aquele mar ao fundo...
Cheguei em casa de seu João por meio de Zé Maria, o taxista que por 50 euros andou comigo o dia inteiro por muitos lugares de Praia, na Ilha de Santiago, a capital de Cabo Verde. Ele me levou até sua casa, à casa de seu irmão. E me ensinou a ter um pouco de paciência, negociar com calma...